(André de Moraes)
Retalhos me soam adeus em navios
Onde chegam, fitam e partem olhos felizes
Em fascínios, abraços, vinhos e raízes
Descalças saudades se lapidam em rios
Passíveis cantigas de rodas em trios
Em fantasias que flui daquilo que dizes
O coração reclamava um rosto feliz
A página se despia à minguante lua
A alma minha, o corpo findo e a boca tua
Mastigando as horas em silêncio diz
Harmonia e luz, melodia e cor, ritmo e rua
Em calçadas imprimiste o relicário
Vagando nas sínteses de um certo cantador
Que vestido de vulto toma o violão sem nada impor
Aquecendo-a gira em dança a saia em ramalho
Voltando trapezista a reluzir o temporário
Dos ímpetos maoris dessa linda e delicada flor
Flagrantes perdas me deixam e, em si, vão
Recitando as horas num cestinho desejava
Elevada ao destino em primo vôo alçava
Com instrumentos cozia rico e farto pão
Movendo sabores, jorrando palavra, talhando caminhos à mão
Escondendo-se à porta que nunca trancava
Arrebentada em secreto por vício, anseio e paixão
Não entregue, todavia, a qualquer um em qualquer porção
Senão à seara da liberdade e do amor
Como alimento dado à leal utopia
Embriagando o mundo de eterna euforia
Sempre disposta a desabrochar ao sentir o coração em calor...
Olá
ResponderExcluirLi alguns dos seus poemas e gostei muito.
Este em especial Flor -ida, Flor-volta me tocou muito.
Parabéns pela sutileza das palavras que tocam em fundo o coração e alma.
Abç Edima Aranha
Ola Edimar, fico feliz em saber que as poesias estão causando bons sentimentos. Essa poesia fiz para uma amiga que também me faz bem e o resultado não poderia ser outro. Um grande abraço.
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