sexta-feira, 17 de fevereiro de 2012

Resgate ao Nau-frágil

(André de Moraes)















Diga para que eu fique! E ficarei
Diga para que eu vá embora, e eu insistirei em ficar
Diga para que eu não te envolva que alerto sobre o frio no ar
Diga que hoje não e, talvez, o amanhã esperarei

Diga para que eu siga meu caminho e não mudará em nada o percurso
Diga para que eu corra e não irei se não puderes me acompanhar
Diga para que eu não cante e assobiarei em seus lábios nossos beijos
Diga para eu me ficar longe, mas não fuja do meu olhar
Diga que a chama apagou que te faço entender o real sentido dos desejos

Diga para que eu não fale e escreverei
Diga para que eu não escreva, mas não recuse os abraços
Diga que estás cansada que te reapresento meus braços
Diga que o que te falta que a engenharia serei

Diga para eu parar e, inerte, serei o teu colo mudo
Diga que não dá mais que eu te mostro o real limite
Diga que eu te dê liberdade que deixo entreaberto o convite
Diga para que eu fuja e eu te mostrarei o muro que nos separa do resto do mundo

Diga para que eu esqueça e te contarei as lembranças
Diga para eu morra, mas não negue cumplicidade na morte das nossas muitas saudades
Diga que amanhã não será mais e eu farei o tempo parar nessa idade
Diga que se rende e eu tocarei a música em lírios e você em dança

Diga para que... Aliás, não diga mais nada
Língua e boca não caladas
Mas sem palavra alada
Naufraga a despedida,
Façamos mil delícias
Na cama, na mesa ou na escada...



Nenhum comentário:

Postar um comentário