quarta-feira, 22 de fevereiro de 2012

Poesia e Predicados


(André de Moraes)

A poesia é a linguagem da alma com sede
É o beijo dos táteis sentimentos em raiz
Um castiçal de alhures velas febris
A desmedida razão contrita ao ócio da rede

É o atentado contra verbos subjugados ao alívio
Rastreio do leviano coração daquela uma
Desdéns em altiva crise após a sua bruma
Romance em lascívia ternura do feroz cativo

São o desvirginar de noites deitadas e nuas
Permissivas vias jazentes em meio, fim e começo
Mapa cujo destino irradia sem muito apreço
A palavra resoluta à nau calçada das ruas

Poesias são desencontros à meia luz e vinho
Brilhantes olhares que festejam ao imenso
Arranjos vendidos logo passado o momento
Persistindo a vida sem regresso ao ninho
Encontra atrito e calor no corpo em carinho
No deleite das minúcias que chegam e vão com o vento...


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