quarta-feira, 31 de março de 2010

O Violão Subestimado

Acredito 'fielmente' na função das artes na construção e divulgação do conhecimento científico. Mas ultimamente notei que meu violão não mais me acompanhava nas viagens de campo, para ministrar aulas, etc. Daí parei para fazer uma poesia tentando captar o que me diria meu violão por estar sendo subestimado em sua função artisitco-científica. Daí ele me falou o que segue durante a aula de Introdução aos Estudos Geógraficos na turma do PARFOR em Itacoatiara,em 05/02/10...



O Violão Subestimado
(André de Moraes)

No canto não mostro encanto
E ciência, seca e insolúvel, não tragada
Sem arte, musica-se o nada
Se do conhecimento me faz estranho

Se notas ou deixas no anonimato
E acordes não se conjugam para o sono
De método tão espa(r)ço no Chronos
E resultado sem ritmo, meio parado

Perco para o exausto silêncio
Na dispersão de palavras deslocadas
Meu som seria alento a revoada
E o saber fecundo a todos os momentos

Antes da ciência eram as artes...


Tirando as aspas da fidelidade, viva a arte das/nas ciências!

quinta-feira, 11 de março de 2010

Ataner a Otenos

Soneto feito por mim em fevereiro de 2007 para a querida amiga Renata Schimitt.


Ataner a Otenos

(André de Moraes)

Não vejo porque da ausente atenção
Se presente desatento o fará
Se corrente não realista será
As tentativas que os olhos trarão

Amparado pelo silêncio em vão
Com a tecnologia ao nosso favor
Sem ter de quem esconder, a rigor
O que deveras povoa o coração

Debalde estarei a descrever silêncios
Se os olhos não enxergam o latente
Presente que não deixou momentos

Perco as vias e porções do sono
Escrevo versos enquanto dormes
Pedindo licença, os abandono


...

segunda-feira, 8 de março de 2010

Às Mulheres...

Colegas, sabemos da contrução histórica da luta das mulheres e, nesse dia, deixo uma singela mensagem para estas dádivas.


Às Mulheres
(André de Moraes)

Às que lutam, minhas mãos para ajudar
Às que vão, meus pés para acompanhar
Às que choram, meu ombro para consolar
Às que voltam, meus braços para abraçar

Às que sorriem, minha poesia para registrar
Às grandes, um banquinho para poder alcançar
Às que entram, sensibilidade no abrir da porta ao chegar
Àscumprimentadas, cavalheirismo para a mão beijar

Às feridas, minha alegria para ajudar a curar
Às que sonham, meu amor para que sempre possam recomeçar
Às que temem, minha segurança para, em paz, continuar
Às cansadas, meu abrigo para descansar e, assim, voltarem o caminhar

Às carentes... é melhor deixar pra lá...


Parabéns mulheres!

quinta-feira, 4 de março de 2010

O que se passa...

Depois de ver o filme "O Jardineiro Fiel" fiz essa poesia.


O que se passa...


O que se passa pela mente, pelo dizer a verdade ou pelas palavras mal-ditas...
O que se passa pelo coração, pela cor sem ação e pelo estreito portão...
O que se passa pelo que se acabou, pelo que ainda não começou e pelo que se espera iniciar...
O que se passa pela disposição, se não dizes a posição e nem assim quer ficar...
O que se passa pelo carinho, para um menino um carrinho, para nós caminho...
O que se passa pela estrada, depois de passar é ex, e antes o solo trada...
O que se passa pelo bem, sendo assim não muito além, suficiente para quem...
O que se passa pela oração, um sujeito que clama, um predicado que vem...
O que se passa pelo afago, o afeto desconhecido, o fato consumido ou o produto consumado...
O que se passa pelo porão, sem saber onde colocar, nem sentir quando me tirarão...
O que se passa pelo sabor, língua que só tateia, corpo servido em porção...
O que se passa pela música, ca(n)tadores de poesias, restos nas ruas da partitura...
O que se passa pelo substantivo, simples em palavra, derivado em motivo...
O que se passa pelo traidor, dizer o que este atrai, algo muito além da dor...
O que se passa pelo passado, bem ou mal passado, o cliente sempre tem razão...
O que se passa pela vida, se já vi-vida não lembro, se nunca vi a senti em vão...


O que se passa não passa, fica na memória;
Apenas esparsa o passado amarrotado que nunca ninguém passou, mas não dá mais tempo, tenho que ir embora!


O que se passa...

quarta-feira, 3 de março de 2010

"O Caminho das Perdas"

Amigos, essa história de ficar em pós-operatório está rendendo. Já saiu projeto, está saindo artigo e agora no início o que era apenas uma poesia passa a ser minha mais nova música, em memória do meu Avô Daniel Batista de Oliveira.


"O Caminho das Perdas"
(André de Moraes)

Momentos refletem idas
Num horizonte qualquer, sem destino
E os pe(r)didos, amor, lamentos
Olhar atrás, à-Deus maior, seguindo o vento...

Caminhos livres conduzem, passam
Mas o velho não passa, engoma
Com café que nos passa a Manta
Condiz à luz, maturidade, caminho alcança...

A perda é o passar da posse
E com preces se busca a volta
Na volta se esfria a busca
Padece a prece, aquece a posse, esquece a perda...



Confira o vídeo total e literalmente caseiro (tão caseiro que foi gravado na casa do meu Pai) do refrão no link
http://www.youtube.com/watch?v=C_w9FXpRuS8