terça-feira, 24 de janeiro de 2012

Ale-gres


André de Moraes

 

















Onde mora a alegria senão nos recônditos da alma
Mesmo o canto triste não ousa ignorar o fascínio
De uma luz que brilha sem se importar com o destino
E sorri ao intento de surpreender enquanto acalma

Tal sorriso convence ao mais contido tentar
Não despeja em frias decisões o calor do momento
Aquece em mil porções o sabor que germina ao vento
Incendiando as cinzas do, outrora, perdido lutar

Embalado em redes descansa o corpo feliz
Que a vida acariciou e aos rios não negou nado
Levantando em direção ao sentir de um afago
Festejou o nascer belo e inexato de um viver aprendiz

Decifrando a despedida em derivados detalhes
De palavras e pronuncias na ousada indumentária
Se no Brasil da caipirinha, ou pelo vinho da Itália
Não me furto ao embriagar num sorrir de entalhe
Quando sambistas inspiram alegria e espantam males
E navegando descrevo o ruir da tristeza em láurea


FOTO: "Roda de Samba" por André de Moraes.

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