(André de Moraes)
A paixão que
eu não vivi
Diz muito
sobre mim
Cedi contínuo
“sim”
Ao tempo que
passou e não sofri
Como quando
dormi
Enquanto acordada
Estavas dentro
de mim
A paixão que
não vivi
Não voltou
Foi-se com
saudades daquela dança
Que nos
envolveu como trança
E partindo
O laço
Desatou
Sorrindo
Chorou
Jamais
saberia se indo
Renunciava amor
A paixão que
não vivi
Ainda vive
Resiste
Mas não
insiste
Talvez cansada
do ócio
Que povoou
nossos lábios
E não nos fez
sócios
Do comum negócio
Que não
fechamos
Pelo desperdício
voluntário
Como apertado
salário
Que se gasta
com qualquer troço
A paixão que
não vivi
Vi
Noutro seio
Sem rodeio
Rodava e
torno de si
Feliz
Consegui
sorrir
Mas não
hábil atriz
Refiz
O trajeto do
pensamento
Que de tão
intenso
Nunca passou
Decidido
ficou
Revisitando
em contínuo o tempo
Quando o ali
era aqui
E o depois,
agora
Naquela hora
Entendi
A paixão que
não vivi
Aconteceu
Não comigo
Mas com um outro
eu
Que noutro
seio encontrou abrigo
Ao invés de inimigo
A mim completou
E semeando o
que sobrou
Colhi um
destino
No qual não
me confino
Pelo tu que em
mim restou
Liberdade
E amor...
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