(André de
Moraes)
Com as mãos
a esconder
A ele sussurrou
um pouco de si
Sorrindo,
chorando e deixando cair
Algo que
sequer havia de colher
Mas ciente
do calor a volver
Voando,
deixava-se ir
Jamais
esquecera o segredo
E na última
palavra que a faria sorrir
Quando
lembrar era o início do partir
Na viagem
das criações e desejos
Sorrindo
como se soubesse desde cedo
Das carícias
que lhe faria até dormir
Como cordas
que vibram ao sentir
O violão em
contato com meus dedos
Guardou como
se trancas não houvesse
Os detalhes
do amor que nunca lhe pertencera
Deixando o
literário destino sempre à beira
De uma
audaciosa vida que nunca esmorece
Ao contar à
lua sobre quando anoitece
Às flores
como surge a primavera
E às abelhas
como se faz mel e cera
Confessou ao
sol sobre suas idas
E nada mais
lhe cativou no devir da memória
Apenas novos
dilemas de sua velha história
Curtas em
tempo, mas em espaço compridas
Que servia
aos amigos como inebriante bebida
Com doses
únicas de fracasso, luta e glória
Olhou para o
que restava de tempo
Algo havia
passado imune a sua alegria
E não mais
haveria de encontrar de dia
Mas tão
somente em sonhos e lamentos
Quando em
tecido converteria o remendo
Na
descoberta do sentido daquela anistia
Que se
sobrepunha a uma tristeza tardia
Amalgamado
em prazer intenso e lento
Baixinho lho
falou novamente
Sem ideia de
que não seria em vão
Pois, como
tudo partira do coração
Dispersava
no chão e no ar a semente
Que seria
como chave para a mente
E chuva que inunda o
coração...Foto: "Connfissões ao Pôr-do-Sol", Rio Negro, outubro de 2013. (por André de Moraes).
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