(André de Moraes)
Infinitas conversas
Alegres
Desconcertantes
Modestas
Tudo era argumento
Para não nos convencer
Para que não chegasse o amanhecer
Em nosso prazeroso e confuso sentimento
Vago era o entendimento
Ousada a expressão
Palavras brotavam do chão
Floreavam em leal sentimento
Da paisagem fora complemento
Do sol, rotação
Tal bela construção
Da palavra me tirou o assento
Do tempo, o momento
Do espaço, a posição
Antes tanto justificado quanto em vão
Ofuscou o árduo esclarecimento
A ida se foi
Sem constrangimento expôs
Quão frágil era a palavra
Que, ao menor contato com o corpo em lava,
Recorria ao “depois”
Longe não se podia ser dois
Próximos, o tato lhes era lavra
A noite se opôs a solidão
E o outro dia me foi quase contento
Em alusão ao movimento rápido e lento
O tempo foi descontinuação
Tal qual a razão
Cujo limite era mil intentos
No fim não passava de argumento
Tentando calar aquela imersão
Resquícios daquele ninho
Cuja atuação não exigia roteiro
Apenas que fosse por inteiro
Ornado de sutil carinho
Ventos acumulados em nosso moinho
Instigavam-me pelo seu cheiro
Que ainda vivo no meu travesseiro
Era rastro do que ficou pelo meio do caminho...
Nenhum comentário:
Postar um comentário