(André de Moraes)
Talvez fosse amarela
A flor que meu caminho atravessou
Sem saber o quanto de si deixou
Naquela nossa aquarela
Que desafiou mesmo a já perfeita tela
Que, com o tempo, a natureza esboçou
Talvez fosse amarela
O carinho sempre em primeiro plano
Que a tornava flor durante todo o ano
E deixou o beija-flor à espera
Confuso pela ecologia "que nunca erra"
Mas feliz com aquele "engano"
Talvez fosse amarela
A estrada que levou nosso tempo
E, longe de qualquer lamento,
Apenas fazia a canoa mais bela
Que ao navegar as cores sinceras
Só atracava em abraços trazidos pelo vento
Talvez fosse amarela
Toda aquela brincadeira do destino
Que nos trazia e levava mil peregrinos
E festejara acendendo a vela
Que iluminou o cantador em sua seresta
A entoar palavras de paz daquele sino
Talvez fosse amarela
Toda aquela floresta de amor
E decidida a se tornar lembranças e calor
Entrou satisfeita pela mesma janela
De onde partia aquela flor de lapela
Que uma galeria de sorriso me fez expor...
Foto: "Carimbó Flor", Andre de Moraes. Janeiro de 2016.
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