Tão banal quando comer
Seriam aqueles dias
Quando tu chegavas e eu partia
Mesmo quando não era a ideia se esconder
E sozinho ao anoitecer
Sobre o ócio refletia...
Sabe aqueles dias
Quando o passado parecer fazer mais sentido
O passar no presente é um alívio
E o futuro nos é mera fantasia
Aqueles que simplesmente passam
Sem relógio que o meça
Ou atraso que lhe seja pressa
E apenas de um lado para o outro vagam
Dias que encharcam os olhos
Remontam-nos ao beijo
Ao sorriso que ornamentou o ensejo
E perfeito entardecer naquele colo
Esses mesmo de preguiça e lençol
Quando o trabalho pesa mais
A cabeça leva e trás
Os ardores de um dia de sol
Por esses dias havia vida e mundo
Mesmo que escondidos no bolso
Que àquela altura era como poço
E nossas mãos chegariam ao fundo
Dias quase perdidos
Se não fosse o corpo
Que descansa em cada porto
E em curto tempo o torna comprido
Sim.
Dias de dizer adeus
Às ruínas que sobraram daquele tempo
Que mesmo servindo para novo monumento
Não deveria compor o meu
Dias passageiros e permanentes
Que descontam momentos de plenitude
De um passado envolto em atitude
Que faz ressurgir o desejo latente
São apenas dias de fé
Daqueles que temos que passar a pé
Mas nada que um bom passado não envolva
Um intenso presente não resolva
E um imprevisível futuro não devolva
E o dia seja apenas como um bom café...
...
Nenhum comentário:
Postar um comentário