(André de
Moraes)
A ponta
daquela língua
Por muitas
vezes hospedara aquelas palavras
Que não
saíam visto as muitas travas
E acabariam
solitárias e à míngua
Numa vida de
direção ambígua
Que da
dúvida se via escrava
Quanto seria
suficiente motivo
De estranha,
porém real, atitude
De não
acolher a calada palavra como virtude
Antes
satisfazer-se na capa do livro
Que
semelhante ao teto de vidro
Se quebra
Não importando beleza ou amplitude
Não importando beleza ou amplitude
Solitária àquele
presente
A palavra
ousou sair
Não sabendo
mais como mentir
Nem mais
suportando ser tida como doente
Reivindicando
tratamento coerente
Cansada foi
dormir
Acordou ao
sentir
Que haviam
lhe atribuído nova corrente
E em vão
tentou destruir como o mesmo dente
Que um dia
ornou seu sorrir
E hoje
parecia simplesmente servir
Como prova
de sua tentativa inocente
Todavia não
se rendeu
Rangeu até o
fim
E não
havendo mais dia
A noite foi
sua guia
Na
construção do interno jardim
Onde boas culturas
vingavam, enfim
E um refúgio
se construía
Até que juntas
as “mudas” fossem a livraria
Que para sempre
teria dentro de si
E somente quem
entrasse ali
Veria
Entenderia
Comigo a sorrir...
Entenderia
Comigo a sorrir...
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