(André de Moraes)
Sem inocência vem e me (e)leva em fortuito pensamento
Demarcando intenções em provocantes noites de fevereiro
Fluindo no poder de me fazer pensar ser este o derradeiro
De tudo entre o piscar, o abraço e qualquer outro insensato movimento
Os olhares fractais nunca me foram favoráveis de fato
Tampouco os beijos só publicados em muros de vontades
O permanente devir de nuas, devassas e perniciosas verdades
A quem lhe basta requícios dessa fatalidade dotada de tato
Aproximo-me, mais-que-suspeito, da mirada em latência
Sem subestimar a libertina poesia
Que, sem a menor culpa, seria
A sânie a suster secreta indecência
No auge do calor daquela resistência
Disfarçada, como quem não quer nada, viria
Entregue ao voluptuoso grito
Em covarde e vil rendição
Com as chaves perdidas pelo longo ocupar da mãos
E tato sensível pelo que outrora nem atrito
Longe, ainda, de manifesto alívio
Mesmo depois de vestida reacende o coração
Buscando, sedenta, novamente o chão
Invocando, destarte, o prazer em secreto vício...
Fonte da Figura: http://www.luso-poemas.net/modules/news/article.php?storyid=27303